Transplantes facilitados por porcos transgénicos
Passados cinquenta anos sobre a descoberta da estrutura do ADN (ácido desoxirribonucleico), James Watson, um dos investigadores envolvidos nessa descoberta, volta a abalar o mundo científico ao defender que a estupidez, entendida como o reflexo de um baixo coeficiente intelectual, é uma doença genética e, como tal, deveria ser curada. O cientista expressou esta opinião num documentário da televisão britânica “Channel 4” que será transmitido no passado sábado para celebrar o 50º aniversário da chamada “descoberta do século”. Nesse documentário, Watson afirmou que um coeficiente intelectual reduzido é uma desordem genética e, por isso, hereditária e que os investigadores que trabalham na área da biologia molecular têm o dever de desenvolver técnicas de diagnóstico e de terapia genética para acabar com este problema. “Se uma pessoa for realmente estúpida, a isso eu chamaria doença”, afirma o prestigiado professor, grande impulsionador do Projecto Genoma Humano, a iniciativa pública internacional para decifrar o chamado “mapa da vida”. Watson considera que é um erro associar a lentidão na aprendizagem a uma situação de pobreza ou a problemas familiares, já que é mais provável que exista uma causa genética que pode e deve ser corrigida. Na opinião de Watson, que aos 75 anos é um defensor convicto da utilização da engenharia genética para melhorar a raça humana, os cientistas teriam de desenvolver terapias genéticas e fazer exames pré-natais para prevenir o nascimento de “bebés estúpidos”. “É injusto que as pessoas não tenham as mesmas oportunidades (de ser inteligentes). Quando estiver disponível um método para melhorar os nossos bebés, ninguém poderá evitar a sua aplicação. Seria estúpido não o utilizar”, sublinhou. Watson vai ainda mais longe ao defender que a engenharia genética também se poderá aplicar aos genes da beleza. “Há quem considere terrível a possibilidade de todas as mulheres serem lindas. Eu acho que seria fantástico”, disse. Entratanto, as afirmações de Watson já foram alvo de contestação por parte dos seus pares. Nikolas Rose, especialista em bioética na London School of Economics, afirma que este tipo de manipulações genéticas podem não ser possíveis já que “se se confirmar que a estupidez é uma característica hereditária, haverá o envolvimento de um elevado número de genes e ainda a interacção ambiental.” John Sulston, um dos responsáveis pelo Projecto Genoma Humano, considera que o professor Watson entrou numa “área extremamente perigosa”, com as suas recentes afirmações. O produtor do programa apresentado no “Chanel 4” acredita que esta visão polémica de Watson resulta da sua própria experiência familiar com o seu filho, que sofre de uma doença mental semelhante à esquizofrenia. MNI – Médicos Na Internet
Bactéria que brilha causa doença em humanos
Criadas porquinhas sem o gene responsável por rejeição aos órgãos transplantados
Cinco porquinhas que nasceram na noite de Natal foram a melhor prenda para os cientistas da empresa de biotecnologia PPL Therapeutics. Noel, Angel, Star, Joy e Mary, ou seja, Natal, Anjo, Estrela, Alegria e Maria são porquinhas transgénicas clonadas, ou seja, são todas geneticamente idênticas e o seu ADN foi modificado de forma a não terem um gene envolvido nas reacções agudas de rejeição aos transplantes de órgãos. A utilização desta técnica para criar órgãos de porco compatíveis com seres humanos que precisam de um transplante é o objectivo da empresa. A PPL Therapeutics nasceu no Instituto Roslin, na Escócia, e tornou-se conhecida pela criação da ovelha Dolly - o primeiro mamífero adulto clonado do mundo. Mas, nos últimos anos, as células indiferenciadas ou estaminais têm concentrado a maior parte das atenções: espera-se poder criar embriões em laboratório para criar transplantes de células ou órgãos para tratar doenças hoje incuráveis, através da técnica usada para criar a Dolly e assim usar o património genético do próprio doente. Por isso, a alternativa dos xenotransplantes - órgãos de animais cujo património genético foi modificado, de forma a não ser rejeitado pelo sistema imunitário humano - tem ficado um bocado para trás. Com esta mudança de interesse, a PPL Therapeutics começou a ter falta de dinheiro, embora tenha continuado a trabalhar na criação de animais transgénicos e clonados para transplantes, ou que produzam no seu leite proteínas com valor terapêutico para os seres humanos. Desta feita, as cinco porquinhas não têm o gene alfa 1,3 galactosil transferase, que comanda a produção de uma enzima que adiciona moléculas de açúcar às células de um órgão de porco transplantado para um humano. Estas moléculas de açúcar são o alvo das células do sistema imunitário do doente, que olham para elas como estranhas e atacam o órgão, criando uma rejeição hiperaguda, poucos minutos após a operação. Se no transplante forem usados órgãos de animais de cujo património genético foi tirado este gene, as possibilidades de sucesso aumentam. "Os ensaios clínicos [com seres humanos] poderão começar daqui a quatro anos", diz um comunicado da PPL Therapeutics. Esta experiência, no entanto, não foi ainda publicada numa revista científica, passo essencial para a sua aceitação. A procura de terapias à base de enxertos celulares, para tratar doenças como a diabetes ou a de Alzheimer e de Parkinson, poderia valer outros seis mil milhões de dólares (6,640 milhões de euros).
“A estupidez tem origem genética e deveria ser curada”, afirma James WatsonPolémicas afirmações do Nobel da Medicina abalam mundo científico
Cinco porquinhas que nasceram na noite de Natal foram a melhor prenda para os cientistas da empresa de biotecnologia PPL Therapeutics. Noel, Angel, Star, Joy e Mary, ou seja, Natal, Anjo, Estrela, Alegria e Maria são porquinhas transgénicas clonadas, ou seja, são todas geneticamente idênticas e o seu ADN foi modificado de forma a não terem um gene envolvido nas reacções agudas de rejeição aos transplantes de órgãos. A utilização desta técnica para criar órgãos de porco compatíveis com seres humanos que precisam de um transplante é o objectivo da empresa. A PPL Therapeutics nasceu no Instituto Roslin, na Escócia, e tornou-se conhecida pela criação da ovelha Dolly - o primeiro mamífero adulto clonado do mundo. Mas, nos últimos anos, as células indiferenciadas ou estaminais têm concentrado a maior parte das atenções: espera-se poder criar embriões em laboratório para criar transplantes de células ou órgãos para tratar doenças hoje incuráveis, através da técnica usada para criar a Dolly e assim usar o património genético do próprio doente. Por isso, a alternativa dos xenotransplantes - órgãos de animais cujo património genético foi modificado, de forma a não ser rejeitado pelo sistema imunitário humano - tem ficado um bocado para trás. Com esta mudança de interesse, a PPL Therapeutics começou a ter falta de dinheiro, embora tenha continuado a trabalhar na criação de animais transgénicos e clonados para transplantes, ou que produzam no seu leite proteínas com valor terapêutico para os seres humanos. Desta feita, as cinco porquinhas não têm o gene alfa 1,3 galactosil transferase, que comanda a produção de uma enzima que adiciona moléculas de açúcar às células de um órgão de porco transplantado para um humano. Estas moléculas de açúcar são o alvo das células do sistema imunitário do doente, que olham para elas como estranhas e atacam o órgão, criando uma rejeição hiperaguda, poucos minutos após a operação. Se no transplante forem usados órgãos de animais de cujo património genético foi tirado este gene, as possibilidades de sucesso aumentam. "Os ensaios clínicos [com seres humanos] poderão começar daqui a quatro anos", diz um comunicado da PPL Therapeutics. Esta experiência, no entanto, não foi ainda publicada numa revista científica, passo essencial para a sua aceitação. A procura de terapias à base de enxertos celulares, para tratar doenças como a diabetes ou a de Alzheimer e de Parkinson, poderia valer outros seis mil milhões de dólares (6,640 milhões de euros).
“A estupidez tem origem genética e deveria ser curada”, afirma James WatsonPolémicas afirmações do Nobel da Medicina abalam mundo científico
Passados cinquenta anos sobre a descoberta da estrutura do ADN (ácido desoxirribonucleico), James Watson, um dos investigadores envolvidos nessa descoberta, volta a abalar o mundo científico ao defender que a estupidez, entendida como o reflexo de um baixo coeficiente intelectual, é uma doença genética e, como tal, deveria ser curada. O cientista expressou esta opinião num documentário da televisão britânica “Channel 4” que será transmitido no passado sábado para celebrar o 50º aniversário da chamada “descoberta do século”. Nesse documentário, Watson afirmou que um coeficiente intelectual reduzido é uma desordem genética e, por isso, hereditária e que os investigadores que trabalham na área da biologia molecular têm o dever de desenvolver técnicas de diagnóstico e de terapia genética para acabar com este problema. “Se uma pessoa for realmente estúpida, a isso eu chamaria doença”, afirma o prestigiado professor, grande impulsionador do Projecto Genoma Humano, a iniciativa pública internacional para decifrar o chamado “mapa da vida”. Watson considera que é um erro associar a lentidão na aprendizagem a uma situação de pobreza ou a problemas familiares, já que é mais provável que exista uma causa genética que pode e deve ser corrigida. Na opinião de Watson, que aos 75 anos é um defensor convicto da utilização da engenharia genética para melhorar a raça humana, os cientistas teriam de desenvolver terapias genéticas e fazer exames pré-natais para prevenir o nascimento de “bebés estúpidos”. “É injusto que as pessoas não tenham as mesmas oportunidades (de ser inteligentes). Quando estiver disponível um método para melhorar os nossos bebés, ninguém poderá evitar a sua aplicação. Seria estúpido não o utilizar”, sublinhou. Watson vai ainda mais longe ao defender que a engenharia genética também se poderá aplicar aos genes da beleza. “Há quem considere terrível a possibilidade de todas as mulheres serem lindas. Eu acho que seria fantástico”, disse. Entratanto, as afirmações de Watson já foram alvo de contestação por parte dos seus pares. Nikolas Rose, especialista em bioética na London School of Economics, afirma que este tipo de manipulações genéticas podem não ser possíveis já que “se se confirmar que a estupidez é uma característica hereditária, haverá o envolvimento de um elevado número de genes e ainda a interacção ambiental.” John Sulston, um dos responsáveis pelo Projecto Genoma Humano, considera que o professor Watson entrou numa “área extremamente perigosa”, com as suas recentes afirmações. O produtor do programa apresentado no “Chanel 4” acredita que esta visão polémica de Watson resulta da sua própria experiência familiar com o seu filho, que sofre de uma doença mental semelhante à esquizofrenia. MNI – Médicos Na Internet
Bactéria que brilha causa doença em humanos
Micro-organismo desenvolveu-se em insectos
Uma nova doença, que causa pústulas (espécie de espinhas) pelo corpo, foi identificada em habitantes da Austrália e dos Estados Unidos. O agente causador é a Photorhabdus asymbiotica, uma bactéria que se desenvolveu em insectos, afirmam cientistas da Universidade de Bath e da London School de Higiene e Medicina Tropical. A doença faz o corpo brilhar, informaram os estudiosos, que alertaram para a possibilidade de outras bactérias de insectos sofrerem mutações e ameaçarem o ser humano. A equipa acredita que as feridas em humanos também podem brilhar, mas isso ainda não foi comprovado porque as vítimas foram tratadas antes de terem sido possível verificar a teoria. Os cientistas também disseram que a doença pode ser mais comum do que se pensa, já que, até ao momento, pode ter recebido outro diagnóstico. A descoberta, revelada na revista Nature sobre Investigações de Microbiologia, faz parte de um projecto maior de investigação, sobre o aparecimento de novas doenças. Apesar da infecção poder ser facilmente tratada e não ser considerada perigosa, a equipa diz que, em breve, as bactérias em insectos podem sofrer mutações e criar doenças mortais. Estudos sugerem que a peste negra, que matou milhões de pessoas entre os séculos XIV e XVII, surgiu pela transmissão de insectos. Semelhanças entre os sistemas imunitários do ser humano e dos insectos significam que muitas bactérias que causam doenças em insectos podem sofrer mutações e também ameaçar o homem.
ADN mostra que não há raças
Uma nova doença, que causa pústulas (espécie de espinhas) pelo corpo, foi identificada em habitantes da Austrália e dos Estados Unidos. O agente causador é a Photorhabdus asymbiotica, uma bactéria que se desenvolveu em insectos, afirmam cientistas da Universidade de Bath e da London School de Higiene e Medicina Tropical. A doença faz o corpo brilhar, informaram os estudiosos, que alertaram para a possibilidade de outras bactérias de insectos sofrerem mutações e ameaçarem o ser humano. A equipa acredita que as feridas em humanos também podem brilhar, mas isso ainda não foi comprovado porque as vítimas foram tratadas antes de terem sido possível verificar a teoria. Os cientistas também disseram que a doença pode ser mais comum do que se pensa, já que, até ao momento, pode ter recebido outro diagnóstico. A descoberta, revelada na revista Nature sobre Investigações de Microbiologia, faz parte de um projecto maior de investigação, sobre o aparecimento de novas doenças. Apesar da infecção poder ser facilmente tratada e não ser considerada perigosa, a equipa diz que, em breve, as bactérias em insectos podem sofrer mutações e criar doenças mortais. Estudos sugerem que a peste negra, que matou milhões de pessoas entre os séculos XIV e XVII, surgiu pela transmissão de insectos. Semelhanças entre os sistemas imunitários do ser humano e dos insectos significam que muitas bactérias que causam doenças em insectos podem sofrer mutações e também ameaçar o homem.
ADN mostra que não há raças
Perfil genético de brancos e negros brasileiros é semelhante
Independentemente de terem traços «europeus» ou «africanos», de um modo geral, os brasileiros apresentam perfis genéticos que derivam de populações de ambas as regiões geográficas. Segundo um estudo brasileiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as conclusões deste trabalho aplicam-se apenas ao Brasil e não devem ser extrapoladas de maneira ingénua para outros países. A investigação, que teve a colaboração de cientistas da Universidade do Porto demonstra que ter a pele escura não indica com segurança que a pessoa teve a maioria de seus genes herdada de ascendentes africanos. «Os dados sugerem que no Brasil, no plano individual, a cor determinada por avaliação física é um fraco factor de predição de ancestralidade genómica africana estimada por marcadores moleculares», dizem os autores no artigo, em linguagem cautelosa. Os marcadores genéticos usados no estudo foram propostos por Esteban Parra na revista especializada "American Journal of Human Genetics" em 1998. Estes marcadores foram escolhidos porque têm uma alta correlação com a origem africana ou europeia da população (pelo menos 48 por cento mais comuns numa das populações) e reunidos estatisticamente num «Índice de Ancestralidade Africana» (AAI). No trabalho, os investigadores constataram haver uma dissociação significativa entre a ancestralidade geográfica genómica (africana versus europeia) e a raça social, avaliada a partir de múltiplos atributos físicos, como a pigmentação da pele, a cor e a textura dos cabelos, a cor dos olhos e o formato do nariz e dos lábios. «Por outras palavras, o perfil genómico dos brasileiros negros ou brancos difere muito pouco», afirmou Pena, que é investigador da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O cientista explicou que, nos últimos anos, tem vindo a usar sistematicamente ferramentas genómicas com o objectivo de obter o que chama de «retrato molecular» dos brasileiros. A fase inicial do projecto envolveu o uso de indicadores herdados apenas de um dos pais: o DNA mitocondrial (mtDNA), proveniente da mãe, e o cromossoma Y, que os pais transmitem aos filhos do sexo masculino. Esses marcadores oferecem informações de linhagem muito distantes e de origens geográficas bastante específicas, explicou Pena. «Nas investigações sobre a linhagem materna encontramos uma quantidade surpreendentemente elevada de contribuição de material genético de indígenas (33 por cento) e de africanos (28 por cento) para o mtDNA total dos brancos brasileiros», disse Pena. Depois desta fase, os cientistas avaliaram as linhagens paternas e descobriram que, na maioria dos casos, a origem dos cromossomas Y dos homens brasileiros é europeia, independente da procedência desses homens. E, devido à história do Brasil, em 1500 os colonizadores europeus cruzaram-se com indígenas brasileiras e africanas. Pena afirmou ainda que «tanto leigos quanto cientistas confundem o conceito de cor ou “raça” com o de ascendência geográfica e empregam termos intercambiáveis, como branco, caucasiano e europeu, por um lado, e negros ou africanos, por outro». Este estudo, por outro lado, aponta o quanto essa prática é nociva, ao mostrar claramente que a ascendência geográfica e a “raça social” - esta última, avaliada pelo critério físico - são atributos bem diferentes e que, ao menos no caso dos brasileiros, estão em grande parte dissociados, afirmou o investigador. Tanto antropólogos como os geneticistas concordam: do ponto de vista biológico, as raças humanas não existem. O conceito de raça é uma construção social que muda ao longo do tempo, de acordo com contextos sociais, e que só se sustenta por uma ideologia racial, observou Pena.
Independentemente de terem traços «europeus» ou «africanos», de um modo geral, os brasileiros apresentam perfis genéticos que derivam de populações de ambas as regiões geográficas. Segundo um estudo brasileiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as conclusões deste trabalho aplicam-se apenas ao Brasil e não devem ser extrapoladas de maneira ingénua para outros países. A investigação, que teve a colaboração de cientistas da Universidade do Porto demonstra que ter a pele escura não indica com segurança que a pessoa teve a maioria de seus genes herdada de ascendentes africanos. «Os dados sugerem que no Brasil, no plano individual, a cor determinada por avaliação física é um fraco factor de predição de ancestralidade genómica africana estimada por marcadores moleculares», dizem os autores no artigo, em linguagem cautelosa. Os marcadores genéticos usados no estudo foram propostos por Esteban Parra na revista especializada "American Journal of Human Genetics" em 1998. Estes marcadores foram escolhidos porque têm uma alta correlação com a origem africana ou europeia da população (pelo menos 48 por cento mais comuns numa das populações) e reunidos estatisticamente num «Índice de Ancestralidade Africana» (AAI). No trabalho, os investigadores constataram haver uma dissociação significativa entre a ancestralidade geográfica genómica (africana versus europeia) e a raça social, avaliada a partir de múltiplos atributos físicos, como a pigmentação da pele, a cor e a textura dos cabelos, a cor dos olhos e o formato do nariz e dos lábios. «Por outras palavras, o perfil genómico dos brasileiros negros ou brancos difere muito pouco», afirmou Pena, que é investigador da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O cientista explicou que, nos últimos anos, tem vindo a usar sistematicamente ferramentas genómicas com o objectivo de obter o que chama de «retrato molecular» dos brasileiros. A fase inicial do projecto envolveu o uso de indicadores herdados apenas de um dos pais: o DNA mitocondrial (mtDNA), proveniente da mãe, e o cromossoma Y, que os pais transmitem aos filhos do sexo masculino. Esses marcadores oferecem informações de linhagem muito distantes e de origens geográficas bastante específicas, explicou Pena. «Nas investigações sobre a linhagem materna encontramos uma quantidade surpreendentemente elevada de contribuição de material genético de indígenas (33 por cento) e de africanos (28 por cento) para o mtDNA total dos brancos brasileiros», disse Pena. Depois desta fase, os cientistas avaliaram as linhagens paternas e descobriram que, na maioria dos casos, a origem dos cromossomas Y dos homens brasileiros é europeia, independente da procedência desses homens. E, devido à história do Brasil, em 1500 os colonizadores europeus cruzaram-se com indígenas brasileiras e africanas. Pena afirmou ainda que «tanto leigos quanto cientistas confundem o conceito de cor ou “raça” com o de ascendência geográfica e empregam termos intercambiáveis, como branco, caucasiano e europeu, por um lado, e negros ou africanos, por outro». Este estudo, por outro lado, aponta o quanto essa prática é nociva, ao mostrar claramente que a ascendência geográfica e a “raça social” - esta última, avaliada pelo critério físico - são atributos bem diferentes e que, ao menos no caso dos brasileiros, estão em grande parte dissociados, afirmou o investigador. Tanto antropólogos como os geneticistas concordam: do ponto de vista biológico, as raças humanas não existem. O conceito de raça é uma construção social que muda ao longo do tempo, de acordo com contextos sociais, e que só se sustenta por uma ideologia racial, observou Pena.
3 Comments:
At 10:30 AM, Cristiana said…
Gostei muito desta frase:“A estupidez tem origem genética e deveria ser curada”. Há pexoas que gostariam, certamente, que existisse cura para ixo...lol bjhx
At 6:18 PM, Micaela said…
gostei desta postagem..para quê o racismo, as indifernças...se somos todos iguais!
At 10:19 AM, NiRvaNa said…
em relaçao aos transplantes...sempre ouvi dizer "se keres ver o teu corpo abre um porco" e e bem certo... racismo...ora ai esta uma forma de combate e critica ao racismo...ser racista e ser absolutamente estupido!!!!!!!nada mais a apontar...e por falar em estupidez...ela devia ser mesmo curada!!!era um bem para a humanidade...e certamente traria grande beneficios mas tb grandes polemicas e criticas...bj
Post a Comment
<< Home